quinta-feira, 17 de maio de 2007

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Reflexão Final

São as Novas Tecnologias benéficas ou prejudiciais à Humanidade? Traçada uma análise, ainda que muito sucinta, ao POSC, importa agora tecer uma reflexão crítica sobre o trabalho realizado. Ao elaborarmos um estudo aprofundado sobre o Programa Operacional da Sociedade do Conhecimento, derivamos deste uma clara conclusão, isto é, que as novas tecnologias têm um papel absolutamente central na idealização, concepção e implementação do respectivo Programa. Posto isto, não é por acaso que a apresentação deste plano foi proposta no âmbito da cadeira em questão, dada a simbiose de conteúdos que se verifica a todos os níveis. Em virtude de uma lógica de assimilação e partilha de conhecimentos que se pretende transmitir ao longo da disciplina, assim como de uma multidisciplinaridade sempre salutar ao constante processo de aprendizagem que desenvolvemos no universo académico, achámos oportuno incluir no nosso trabalho algumas referencias bibliográficas que se enquadram na temática em análise. Como tal, recorremos ao pensamento de alguns autores, cujo posicionamento crítico relativamente às novas tecnologias é descrito de forma sucinta.

O primeiro autor que invocamos é David Lyon que exerce um pensamento sobre a problemática das Tecnologias de Informação. Resumidamente, ele embora reconheça o benefício destas tecnologias e refira a naturalidade com que estas são encaradas pelo senso-comum, alerta também para uma face negra que se esconde atrás desta evolução. Como o próprio autor afirma “ a visão optimista dos benefícios sociais das novas tecnologias constitui um factor de distracção, que nos poderá levar a passar ao lado de questões cruciais relacionadas com o modo como as tecnologias de informação são desenvolvidas e aplicadas.” Tais questões cruciais prendem-se, por exemplo, com as transformações ocorrentes a todos os níveis sendo o emprego um dos mais afectados. David Lyon dá o exemplo das fábricas “Os robots das fábricas de automóveis executam tarefas que antes requeriam força e destreza humana”. Hoje em dia, deparamo-nos com a substituição do homem pelas tecnologias de informação. Se é verdade que com este avanço se têm encurtado distancias e se processam dados de forma mais célere, por outro, cava-se um fosso respeitante às relações pessoais e perde-se, em muitos casos, o direito à privacidade. Portanto, o autor é algo crítico quanto à real assimilação das novas tecnologias de informação, colocando sérias dúvidas quanto à eficácia dos planos tecnológicos que têm sido implementados em diversos países.

Outro autor que nos merece particular atenção neste campo é Manuel Castells. A sua obra tornou-se uma referência incontornável para quem estuda as questões da sociedade da informação, quer pela interpretação analítica que faz desta temática, quer pelas importantes reflexões que tem desenvolvido acerca dos efeitos que as mudanças recentes de processamento e manuseamento de informação têm vindo a causar nos sistemas económico, social, cultural, político e urbano. Castells considera a Sociedade de Informação proveitosa no intercâmbio de conhecimentos que por sua vez gera um desenvolvimento da Humanidade a todos os níveis. Apesar do autor expressar uma especial preocupação com os info-excluidos, na sua obra “Galáxia Internet”, ele considera extremamente benéfica tal tecnologia, pois é originadora e congruente de um conhecimento que nos leva a um mundo melhor. “È a acção de conhecimentos sobre os próprios conhecimentos [que é a] principal fonte de produtividade [...]. Visa o desenvolvimento tecnológico, ou seja, a acumulação de conhecimentos e maiores níveis de complexidade do processamento de informação [...]. É a busca por conhecimentos e informação que caracteriza a função da produção tecnológica do informacionalismo”.



Finalmente, referimos dois autores completamente antagónicos no seu pensamento quanto à questão da proliferação das novas tecnologias, nomeadamente, Pierre Levy e Paul Virilio. O primeiro é um claro entusiasta no que respeita a esta questão, já o segundo, tem uma visão totalmente pessimista. Lévy afirma que “a comunicação interactiva e colectiva é a principal atracão do ciberespaço”. Segundo este autor, isso ocorre porque a Internet é um instrumento de desenvolvimento social. Ela possibilita a partilha da memória, da percepção, da imaginação, que resulta na aprendizagem colectiva e na troca de conhecimentos entre os grupos, ou seja, numa inteligência colectiva. Por sua vez, Virilio assume-se como um “combatente da resistência ao mundo cibernético”. Segundo este autor, estaríamos todos ainda a escrever à mão, dado o seu cepticismo em relação às novas tecnologias.


Concluindo, estes são apenas alguns dos inúmeros autores que se debruçam sobre o pertinente e actual tema do impacto das novas tecnologias na Sociedade, ao que a presente turma, foi especialmente privilegiada, na medida em que privou com alguns destes, designadamente na disciplina de Teorias Aprofundada dos Modelos de comunicação, que por sua vez nos serviu de base á realização desta actividade.Como grupo de trabalho, esperamos sinceramente que através da apresentação oral e síntese escrita deste trabalho, a turma saia, tal como nós, mais elucidada relativamente à essência do POSC e, que acima de tudo, tenha tomado consciência das politicas governamentais que se desenvolvem no nosso País. A Sociedade do Conhecimento promete voltar em breve, com mais assuntos pertinentes a serem tratados. Desde já, fica o nosso agradecimento a todos que dispuseram do seu tempo e atenção para lerem as informações que se encontram contidas neste blog, esperando que, de algum modo, vos tenham sido úteis.

terça-feira, 15 de maio de 2007

Programa Operacional da Sociedade do Conhecimento (Síntese)

O Programa Operacional da Sociedade do Conhecimento resulta da harmonização estratégica de uma série de políticas presentes e coincidentes em vários outros programas desenvolvidos em paralelo como o Plano Tecnológico, o Ligar Portugal, a Estratégia de Lisboa, a UMIC e o i2010 de forma a desenvolver e massificar as tecnologias de informação e comunicação em Portugal.
Este programa, impulsionado e apoiado financeiramente pelo actual governo, assim como pela União Europeia, encontra-se implementado e a decorrer há dois anos, apostando em várias medidas, descritas através dos chamados eixos prioritários que em conjunto e de forma progressiva pretendem revolucionar o acesso da nossa sociedade ao conhecimento, transformando a Internet num poderoso instrumento de aprendizagem, qualificação, e assim, conhecimento.


Os objectivos gerais do POSC passam por:



- Promover uma Sociedade assente na Informação e no Conhecimento;
- Apostar em Novas Capacidades;

- Investir na modernização e eficiência dos Serviços Públicos;

- Reforçar os níveis de qualidade da Cidadania;

- Promover o Património Cultural;

- Apoiar a configuração de uma Rede Nacional de Descentralização;

- Implementar as TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação) como elemento de qualificação da população portuguesa.

- Fomentar a competitividade e valor empresarial através das TIC.

Eixos Prioritários

Eixo 1- Desenvolver competências

O primeiro dos eixos do POSC apresenta medidas concretas que se prendem essencialmente com a grande importância das tecnologias de informação na nossa sociedade e com a necessidade do desenvolvimento de competências nesta área. Este eixo está em vigor desde 2000 e defende que se deve apostar em formação, quer básica, quer avançada, para conseguir dar uma melhor resposta ao crescente progresso tecnológico a que assistimos e aos desafios por este provocados. As competências básicas apresentam-se assim como uma necessidade, ainda que a formação avançada e a investigação e desenvolvimento nesta área não possam ser esquecidos. É de extrema importância formar pessoas que possam colmatar as muitas falhas que ainda existem nesta área. A independência do país face ao resto da Europa é uma meta a atingir e para tal é necessário apostar na formação nacional, para que a utilização de recursos externos deixe de ser necessária. A independência e autonomia tecnológicas apresentam-se assim como um objectivo do POSC.

Eixo 2 - Portugal Digital

Os objectivos gerais deste eixo passam por: uma contribuição para a criação da melhoria da qualidade de vida, do ensino, da prestação de serviços de saúde, do acesso à cultura e ao conhecimento, bem como pela melhoria da competitividade das empresas proporcionadas pelas tecnologias da informação e da comunicação.
Para o efeito, o eixo conta com 3 acções distintas que visam facilitar e estimular a utilização generalizada das TIC's, apoiar a procura e a criação de conteúdos em formato digital, nomeadamente em língua portuguesa e incentivar a investigação e inovação nesta área.

Eixo 3 – Estado Aberto: Modernizar a Administração Pública

Com o objectivo de modernizar a Administração pública, este eixo prioritário pretende generalizar o uso das tecnologias de informação e comunicação em diversas áreas: processamento, arquivo, disponibilização e troca de informação entre os serviços públicos, os cidadãos e os agentes económicos e sociais.
Pretende-se igualmente modernizar todas as infra-estruturas que sustentam a utilização das novas tecnologias de modo a se conseguir uma excelente optimização dos recursos
O objectivo primordial será a desburocratização e a simplificação da administração pública através da implementação de meios tecnológicos e de comunicação
Este empenho na desburocratização do Estado e das empresas através da implementação de eficazes estruturas organizativas poderá funcionar como um propulsor positivo para a nossa economia

Eixo 4 - Massificar o Acesso à Sociedade do Conhecimento

Na prática, é pretendido através deste eixo desenvolver uma infra-estrutura de Banda Larga, amplamente disponível, de forma a promover a utilização massificada de serviços e conteúdos seguros, tanto públicos como privados.
Este é um factor determinante para a construção da Sociedade de Informação e para o fortalecimento de uma economia baseada no conhecimento tal como se pretende para Portugal.

Eixo 5 – Governo Electrónico

O 5º eixo do POSC visa o Governo Electrónico e pretende, em termos gerais, uma melhor prestação de serviços aos cidadãos e empresas. Neste eixo, a modernização é prioridade, e os meios propostos passam pelo apoio a iniciativas, acções de projectos que promovam um serviço público de qualidade e eficiência. Aqui pretende-se criar uma maior confiança por parte dos cidadãos, atingida através, e não só, da qualidade de serviços, como também de uma maior transparência na prestação destes.

Eixo 6- Desenvolver Competências e Cultura Digital

Este eixo do programa destina-se a licenciados que queiram prosseguir os estudos em novas tecnologias. Para isso, são atribuídas bolsas em articulação com as empresas, que por sua vez passam a usufruir de mão-de-obra mais qualificada. Os beneficiados desenvolvem as suas capacidades seguindo um programa de trabalhos a decorrer em empresas, com base numa especialização e pós graduação universitária direccionada para as áreas tecnológicas avançadas.

Eixo 7 – Inovação Integrada em TIC

Para que se possa vir a assistir a uma progressão sustentável da nossa economia, capaz de fazer frente a uma hegemonia de mercado estigmatizada pela abertura a países de mão de obra barata mas qualificada, a economia portuguesa tem que se dotar de tecnologias que suportem esse crescimento.
Para se promover a competitividade da nossa economia, torna-se urgente a aposta forte nas TIC( tecnologias de informação e comunicação), enquanto base de projectos que visem a inovação e o desenvolvimento tecnológico. Para isso torna-se indispensável que se consiga conjugar com sucesso as técnicas de desenvolvimento empresarial com a criação e difusão de novos produtos e tecnologias e a possível internacionalização das empresas.
Para que estes objectivos se possam vir a concretizar, o Estado português disponibiliza então, condições de apoio público ás empresas portuguesas para que estas possam investir em actividades de grande valor de mercado com base na investigação e desenvolvimento das TIC. Para isso prevê-se uma articulação sustentável entre as Instituições de investigação e desenvolvimento das TIC com o tecido empresarial português, de modo a que se possa assistir a uma valorização dos projectos que possam vir a ser financiados.

Eixo 8 - A Sociedade do Conhecimento como Instrumento de Apoio à Descentralização do Território

Este eixo tem como objectivo promover o desenvolvimento da Sociedade da Informação e do Conhecimento ao nível Regional e Local. Para o efeito é necessário um apoio à criação de competências regionais que aplicadas criem valor económico para a região e que, consequentemente, aumentem a qualidade de vida dos seus cidadãos promovam a competitividade das suas empresas e o seu desenvolvimento sustentado.

Eixo 9 – Assistência Técnica

O 9º eixo temos a Assistência Técnica, prestada pela FEDER (Rede de Dinamização Empresarial Digital, que consiste num incentivo às compras online, compras electrónicas) e ainda pela FSE (Formação de Certificação em Competências). Não basta promover e tentar implementar as novas tecnologias, mas também prestar-lhes o devido apoio técnico.


Impactos da Estratégia

Sobre o Emprego Relativamente a uma área tão sensível como a do emprego, pretende-se que o POSC constitua-se como um factor que eleve o grau de qualificação da população e a capacidade para induzir dinâmicas de mudança ao nível dos mercados e da sociedade em geral. Para além disso, aposta-se igualmente num estímulo à criação de condições favoráveis para a emergência de novas actividades no âmbito dos serviços e da indústria de conteúdos de multimédia, tendente a romper a estrutura sectorial vigente, assente em actividades tradicionais com baixos níveis de produtividade e de salários, fazendo das TIC um elemento central do ponto de vista de indução de dinâmicas de inovação no comportamento dos actores económicos.
Em suma, através deste programa procura-se gerar mais e melhor emprego, sem descurar sectores da Sociedade mais desfavorecidos neste campo, tais como as minorias étnicas, imigrantes, jovens em transição para o mercado de trabalho e cidadãos portadores de deficiência.

Sobre o AmbienteO POSC devido ás suas áreas de acção não incide negativamente no meio ambiente.
Este programa pela natureza dos seus objectivos procura o melhoramento da qualificação dos recursos humanos nacionais, que intervirão no melhor aproveitamento do tecido produtivo, com base nas novas exigências de mercado.
Com a introdução de recursos humanos mais qualificados o ambiente pode ficar a ganhar na medida que podem surgir técnicas de produção que desperdicem e consumam menos recursos.

Sobre a Igualdade de Oportunidades O Programa prevê a construção de uma sociedade da informação e do conhecimento à qual todos os cidadãos possam aceder e participar em regime de igualdade e onde os seus direitos estão garantidos, através de políticas prioritariamente públicas, de colocação de recursos e oportunidades regionalmente distribuídas.
A igualdade como elemento integrador das diferentes intervenções operacionais corresponde a uma preocupação comunitária e nacional, levada em conta nas fases de selecção, acompanhamento, controlo e avaliação dos projectos financiados pelo programa. Assim sendo, tende-se progressivamente a eliminar as barreiras de acesso aos programas operacionais resultantes de qualquer tipo de descriminação: sexo, cor, idade ou religião. Em suma, almeja-se uma Sociedade do Conhecimento extensível a todos os cidadãos .